Corpo + Espírito

Espiritualidade é aceitarmo-nos, amarmo-nos, respeitarmo-nos, abraçarmos os feitios, os bloqueios e até as manchinhas na pele. É percepcionar a realidade como um todo de forma a tornarmo-nos a personagem principal da nossa vida e caminhar em direção à evolução, felicidade e conquista.

Apesar do que nos costumam fazer querer, o corpo não é algo separado do espírito (ou alma, ou energia) e vice versa. Talvez por estarmos tão habituados à rivalidade entre a ciência e a religião. Ou o estilo de vida ocidental e oriental. A verdade é que coisas tão inacreditáveis como atenuar dor através de energia Reiki, cria muita resistência na sociedade ocidental, no entanto existem inúmeras testemunhas de isso realmente acontece. Assim como no Japão, por exemplo, seria um escândalo atravessar uma rua vazia quando o sinal está vermelho. Não se trata do que está certo ou errado, não se tratam de rivalidades, porque já se sabe que existem e sempre existirão opiniões diferentes. Trata-se de uma predisposição para alargar a nossa consciência como humanidade e sem ego. A palavra chave é predisposição, ou receptividade. Tu vais sempre achar que estás certo e que os outros estão errados. Mas não te esqueças, eles pensam o mesmo. Por isso, claramente para a harmonia, o caminho não é por aí.

Graças a esta falta de predisposição criam-se conflitos, guerras e muitas outras situações e preconceitos destrutivos ou não-construtivos, para nós próprios e para os outros. 

Um exemplo é o corpo. Tornámos o corpo uma coisa perversa – por ser tabu. O que é que acontece se eu te disser: “não penses no teu cabelo”? Vais pensar no teu cabelo. O mesmo acontece infelizmente com o tema da sexualidade.

O corpo é uma manifestação física do nosso ser nesta realidade material. Não é mais ou menos importante. Mas tudo tem sido confundido – como ouvir falar em corpos nus e imediatamente associar a sexo. A sexualidade é tão importante quanto qualquer área da nossa vida e neste momento a maioria das reações são os dois extremos: pensar sempre nisso ou o tabu.

O Sadhguru diz que a espiritualidade é como a tecnologia: serve para nos conectarmos com o mundo. A diferença é que nós temos alguma coisa, por definir com exatidão pela ciência, à qual eles chamam de consciência. O que é que estás a fazer com ela? Estás a seguir a tua vida de forma automática e programada? Ou estar a dar voz ao teu ser, por inteiro? O corpo é tão valioso quanto o espírito e influenciam-se constantemente. É preciso olhar de frente para o que o nosso ser precisa e ver para além do que foi programado para nós. Não te digo que precisas, ninguém tem autoridade para o fazer por mais que tentem. Mas aconselho-te harmonia.

Tu és um conjunto de pequenas coisas que fazem o todo. E também és uma das coisas que existe nesta realidade e que a faz um todo.

Só é possível aceitarmo-nos a nós próprios e vivermos em harmonia com a nossa vida e com os outros, quando aceitarmos todas estas vertentes que nos definem.

Não significa que nós temos que nos conformar com os tais feitios e bloqueios, pelo contrário: a espiritualidade convida-nos a olhar para nós próprios e ver todo o potencial possível e imaginário. A bondade, o amor e o brilho que quer sair e que já existe.

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