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Dos marcos mais importantes do modernismo podem-se referir: as músicas de Arnold Schönberg, as experiências pictóricas de Wassily Kandinsky que culminaram na fundação do grupo Der Blaue Reiter em Munique e o advento do cubismo através do trabalho de Picasso e Georges Braque em 1908, além, é claro, do expressionismo inspirado em Vincent van Gogh e do futurismo.

O modernismo foi um movimento artístico que começou na Europa no início do século XX e é geralmente considerado como tendo se desenvolvido até a década de 1950. Muitos artistas da época acreditavam que os estilos anteriores eram desatualizados e não atendiam às necessidades do mundo industrializado. Portanto, o objetivo do modernismo era definir uma nova estética para o mundo moderno. Tocou todas as formas de arte e design, incluindo design mobiliário.

Historiadores e escritores de diferentes disciplinas sugeriram várias datas como pontos de partida para o modernismo. O historiador William Everdell , por exemplo, argumentou que o modernismo começou na década de 1870.

Segundo alguns críticos, o modernismo desenvolveu-se a partir da revolta do Romantismo contra os efeitos da Revolução Industrial e dos valores burgueses: O motivo básico do modernismo foi a crítica à ordem social burguesa do século XIX e sua visão de mundo.

O modernismo foi uma abordagem radical que ansiava por revitalizar a maneira como a civilização moderna via a vida, a arte, a política e a ciência. Os modernistas repudiaram os códigos morais da sociedade em que viviam – as regras de conduta eram uma força restritiva e limitadora do espírito humano.

Com tantas descobertas científicas e inovações tecnológicas a ocorrer, o mundo estava a mudar tão rapidamente que a cultura teve que se redefinir constantemente para acompanhar a modernidade e não parecer anacrônica. Os modernistas sentiram uma sensação de constante antecipação e não queriam comprometer-se com nenhum sistema que pudesse assim aproveitar a criatividade, acabando por restringi-la e aniquilá-la.

A Europa de meados do século XVIII e particularmente a Inglaterra testemunharam um desenvolvimento industrial maciço e significativo que atendeu a uma necessidade crescente de produção em massa de produtos. Como Harold Perkin afirmou no livro “As Origens da Sociedade Inglesa Moderna”, a Revolução Industrial criou uma grande mudança nas técnicas e produção industrial. Foi uma revolução social com causas sociais com profundos efeitos neste âmbito. O impacto foi além da economia e da tecnologia, e mudou os modos de vida e as percepções do povo inglês e consequentemente da Europa.

Alguns apóstolos desta revolução foram James Hargreaves, que inventou a Spinning Jenny, Richard Arkwright e sua moldura d’água, Samuel Crompton, Edmund Cartwright, Sr Benjamin Franklin, James Watt e muitos outros que criaram referências.
Seria impossível referenciar esta época do Design sem mencionar Le Corbusier, que se caracterizou pelas suas atitudes avant-garde considerando o uso de sistemas racionais no seu método de planificação, módulos simples e lógica funcional.

O autor ganhou reconhecimento e é atualmente visto como um dos mais influentes pioneiros de Design de mobiliário.
A sua mensagem ainda é assimilada hoje em dia, por um número crescente de pessoas da área do design e arquitetura.
Das peças mais icônicas tanto desta altura como do autor é a Chaise Longue à qual Le Corbusier chamou “Máquina de descansar”, sugerindo uma representação do que seria o ideal para a altura tendo em conta a dependência que a sociedade tinha nas máquinas e a necessidade de parar de trabalhar. Até o próprio material (aço em substituição da madeira) é indicativo da relação com a maquinaria.
Alguns afirmam que nunca houve, na história do design de mobiliário moderna, uma peça (ou peças no caso da coleção) que tenha provocado tanto prazer artístico como esta, ou que inclusive tenha inspirado uma geração de designers.

Neste seguimento não poderia deixar de falar da Bauhaus. No início do século 20, nenhum outro estilo na arquitetura e design influenciou o estilo moderno como o estilo Bauhaus. O arquiteto alemão Walter Gropius (1833–1969), que se tornou um cidadão dos EUA, em 1944, fundou o Movimento Bauhaus como uma escola de artes em Weimar.

A Bauhaus é considerada a casa do estilo clássico moderno. Ela revolucionou o design moderno ao buscar formas e linhas simplificadas, definidas pela função do objeto – um visual clean.

Outro exemplo de um outro estilo de design moderno é Arne Jacobsen (1902-1971)  que continua, hoje em dia, a ser uma figura seminal no movimento minimalista “design escandinavo”. O designer e arquiteto funcionalista dinamarquês é famoso pelos seus projetos de móveis, bem como seus projetos arquitetônicos meticulosamente planejados. Sua cadeira Egg , originalmente criada para o SAS Royal em 1956 – um hotel boutique para o qual Jacobsen projetou todos os elementos – é uma obra-prima de design. Há quem diga que o autor é o avô do design.

Transformação e inovação descrevem a sociedade na virada do século XX. Foi um período marcado por eventos cataclísmicos que mudaram consideravelmente a sociedade. A produção em massa levou a um maior senso de design democrático e acessibilidade para muitos, não poucos. Por esse motivo, menos materiais foram usados ​​para fazer cada item, e novos materiais foram explorados abrindo caminho para um novo mundo.

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Publicação desenvolvida no âmbito da cadeira de História do Design Industrial na Escola Superior de Artes e Design

Autores:

Eva Rocha e Gustavo Silva